Bahia

Vídeo: Enfermeira é agredida por médica em sala de vacinação de posto de saúde

Uma das mulheres que agrediu uma enfermeira, na sala de vacinação na Unidade Básica de Saúde (UBS) Manoel Vitorino, em Brotas, bairro de Salvador, é médica. A vítima relatou que, junto com a irmã, a agressora queria fazer com que a equipe burlasse o sistema do Ministério da Saúde.

O caso aconteceu no sábado (11) e um boletim de ocorrência foi registrado na Central de Flagrantes. Em entrevista para a TV Bahia, a vítima contou como se sente.

“Fisicamente, eu estou muito machucada, dolorida. Mas o emocional é o pior. Eu não estou conseguindo acreditar. Parece que eu estou fora da realidade, que eu estou assistindo um filme de terror. Eu não consigo mais fechar o olho, que eu lembro do momento em que eu estava sendo agredida. Essas duas senhoras pularam em cima de mim e me bateram muito”.

“Tomei muito tapa, muito puxão de cabelo. Eu não consigo mais esquecer que esse momento existiu. Não consigo comer, não consigo assistir, não consigo dormir. Está sendo muito difícil”.
O Sindicato dos Servidores Públicos do Município já registrou 18 agressões contra profissionais da saúde em salas de vacinação de Salvador, desde o início da imunização. Ainda abalada, a enfermeira deu detalhes sobre como a confusão começou.

“Elas chegaram com duas crianças para serem vacinadas. Me entregaram o cartão, eu conferi a documentação de dentro, mas não conferi a vacina. Entreguei na sala que seria responsável pela aplicação da vacina. Foi quando uma das pessoas me chamou, para avisar que o cartão estava incompleto e que no sistema não constava nenhuma dose. Eu conferi no sistema e não constava dose no registro do município. Também não constava, no cartão da criança, validade, local de aplicação, nem o nome da pessoa que aplicou”.

A profissional detalhou ainda que as mulheres estavam com dois cartões de vacinação, para a mesma criança, que não teve idade divulgada.

“Ela apresentava dois cartões: um, contendo a vacina CoronaVac, e o outro, contendo a vacina Pfizer. Eu expliquei para a mãe que ela teria que aguardar alguns minutos, que essas informações seriam passadas para o distrito, e eles lá iriam fazer a correção. A mãe foi extremamente agressiva comigo neste momento, partiu para a agressão verbal, me chamou de incompetente, perguntou como eu poderia deixar uma criança sair desse jeito”.

Atualmente, o Ministério da Saúde orienta que a vacinação infantil contra a Covid-19 deve ser feita em duas doses do mesmo imunizante. De acordo com a vítima, foi ao tentar explicar isso que a irmã da mulher, que é médica, se apresentou e tentou resolver a situação sugerindo que a enfermeira burlasse o sistema.

“A irmã dela, que se apresentou como médica, tentou solucionar, falando que eu deveria desconsiderar que aquela dose que estava registrada no cartão, apesar de completa, e que a partir daquele momento eu vacinasse a criança como primeira dose. Eu disse: ‘Senhora, eu não posso fazer isso. Se a criança tomou a vacina, é importante que o esquema seja concluído de acordo com o que está protocolado no Ministério da Saúde. Se eu vacinar ela como primeira dose aqui, ela vai tomar a segunda e vai ter uma terceira, sendo que ela já tomou a vacina. O que a senhora está me pedindo é incorreto’.

A enfermeira então tentou levar a situação para a gerência do posto. As duas mulheres então entraram na sala restrita e seguiram tentando convencer a equipe a fraudar o sistema.

“Quando a outra [médica] entrou, ela tentou fazer com que nós burlássemos o sistema do Ministério da Saúde. Insistiu que a criança deveria ser vacinada com qualquer dose, ou CoronaVac ou Pfizer. Aí a mãe rasgou o cartão e a [irmã] médica disse: ‘Então você vai dar a CoronaVac’. Eu disse: ‘Eu não posso fazer isso, porque isso é quebrar o protocolo do Ministério da Saúde. A senhora, como profissional de saúde, deve entender, e eu, como profissional da saúde e responsável pela vacinação, tenho que ter responsabilidade com as crianças e tenho que ter responsabilidade com meu serviço e não vou fazer dessa maneira’.

“Foi quando elas se tornaram extremamente agressivas. Quando a gerente disse que ia solucionar o caso, tirando uma foto e mandando para a Coordenação Geral do Distrito, elas simplesmente pularam em mim”.
Agressão

Toda a agressão foi registrada por profissionais que também trabalham na UBS Manoel Vitorino. Em um dos vídeos, divulgado em grupos de mensagens é possível ouvir os pedidos de ajuda de duas funcionárias da unidade, enquanto as duas mulheres agridem a enfermeira.

A Polícia Militar foi chamada ao local e levou as duas agressoras para a Central de Flagrante, onde o caso foi registrado. Em nota, a Polícia Civil informou que a ocorrência será enviada para o Juizado Especial Criminal.

Com informações do G1

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