Bahia

Um bebê morre e mais de 30 pessoas passam mal após beberem água em município baiano

G1 – A avó de uma das crianças que passarem mal e foram hospitalizadas depois de beberem água na cidade de Araci, a cerca de 220 km de Salvador, disse que outras pessoas da família dela também tiveram os sintomas. Um bebê de 1 anos e oito meses morreu, e, pelo menos outras 30 pessoas passaram mal. A suspeita é de intoxicação.

“Eu estou com a minha neta, meu irmão está com a filha dele em Feira de Santana internada, meu cunhado, que passou muito mal e está em Salvador, e meu primo. Eles sentiram dor de barriga, vômito, diarreia. Meu cunhado chegou até a desmaiar, passou mal, chegou aqui quase sem futuro, mas graças a Deus chegou em tempo”, disse dona Valdirene.

O caso ocorreu no povoado de Lagoa do Boi, que tem cerca de 700 moradores. A criança que morreu foi identificada como David Raí dos Santos, de 1 ano e 8 meses. O óbito ocorreu no dia 9 de setembro.

Na época, ele reclamou para a família que estava sentindo dores abdominais e chegou a vomitar sangue. A família ficou preocupada e levou a criança para uma unidade de saúde, mas, após atendimento, o menino voltou para casa. Ao chegar no imóvel, ele sentiu novamente essas dores, retornou ao hospital, quando foi transferido para Feira de Santana. Ele morreu durante a transferência.

Nessa mesma semana, 15 crianças, além de alguns adultos, foram hospitalizadas. Dez continuam internadas no Hospital municipal de Araci. Desde então, o posto de saúde da comunidade começou a registrar vários casos com os mesmos sintomas.

A suspeita do médico que atendeu esses pacientes é de uma contaminação através da água. Porém, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), responsável pelo abastecimento no local, disse que não identificou nenhum problema na qualidade da água.

As amostras da água foram colhidas e encaminhadas para serem examinadas no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Salvador. Ainda não há previsão para divulgação do resultado.

A prefeitura solicitou e a Embasa suspendeu o abastecimento de água na zona rural do município.

“Olha, a Embasa ainda não nos forneceu os exames que ela realizou. Nós estamos aguardando o exame que nós coletamos a água através da vigilância sanitária e encaminhamos para o Lacen. Nós estamos no aguardo da análise dessa amostra de água, mas a Embasa não encaminhou ainda pra gente o resultado dos exames”, disse Ana Ofélia Marques, secretária de Saúde do município.

“Foi feita a coleta da água [na caixa d’água da comunidade], e essa coleta tanto foi feita nessa caixa d’água como também nas caixas d’água dos familiares [das vítimas]. Tudo foi encaminhado para o Lacen”, completou.

O que diz a Embasa
Por meio de nota, a Embasa disse que “desde que a suspeita de que a água distribuída na comunidade de Lagoa do Boi, no município de Araci, foi levantada pela Vigilância Sanitária, devido a episódios de mal-estar na população local seguidos de hospitalização e um óbito, a Embasa iniciou uma série de medidas visando a segurança da saúde da população local”.

A nota pontuou que, no “dia 11 (de setembro), a empresa interrompeu o abastecimento nas localidades rurais de Lagoa do Boi, Lagoa dos Cavalos e Jurema e iniciou uma investigação por meio da coleta de amostras no reservatório e na rede distribuidora local e de análise em laboratório para verificar se a água está dentro dos padrões de potabilidade determinados pelo Ministério da Saúde e se existem indícios de substâncias contaminantes na água”.

A empresa disse também que “os resultados obtidos até agora indicam que a água distribuída na localidade tem cloro residual dentro de padrão recomendado pelo Ministério da Saúde e não tem presença de microrganismos nocivos à saúde ou que coloquem em risco a saúde da população”.
Falou também que nesta manhã, “técnicos da empresa coletaram amostras no reservatório do sistema de abastecimento para analisar mais parâmetros de potabilidade e chegar a evidências conclusivas sobre a qualidade da água distribuída nessas localidades”.

Por fim, avisou que “o abastecimento vai continuar interrompido nas três localidades até que todas as evidências quanto à qualidade da água distribuída nessas localidades sejam apresentadas à Vigilância Sanitária”.

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