Bahia

Bahia: Hospital erra e paciente morto é enterrado por outra família

Diagnosticado com câncer de pulmão em estado grave, Antônio Martins Moreira, 85 anos, já tinha sido desenganado pelos médicos. Quando foi descoberta a metástase, a família o levou para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde ficou 10 dias na fila da regulação para uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Da UPA, foi transferido para o Hospital Santo Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), e, em paralelo, os filhos tentavam vender os bens dele para que o patriarca passasse os últimos dias no conforto de sua casa, no regime de homecare.

Só que a família não teve tempo. Antes disso, a filha, Sônia Martins Moreira, 42, foi acionada pelo hospital para reconhecer o corpo do pai no dia 4 de fevereiro. Ao chegar lá, a surpresa: o corpo que era indicado como de seu Antônio não era dele.

Pior que isso, ele já tinha sido enterrado por outra família, sem que os reais parentes pudessem se despedir dele. O jeito foi o hospital entrar na Justiça para garantir a exumação do cadáver e cada família poder enterrar o morto certo. A notícia da exumação foi dada em primeira mão pelo Bahia Notícias, nesta terça-feira (17), pela jornalista Claudia Cardozo.

“Filme de terror”

O erro do hospital fez com que Sônia tivesse que acompanhar a exumação do corpo do pai, que passou 15 dias enterrado no cemitério Quinta dos Lázaros. Devido à demora de uma decisão da Justiça, ele já estava em um estágio avançado de decomposição.

“No momento que tirou ele do caixão, foi uma cena muito forte, uma nuvem de barata cobrindo a parede e muito mosquito. Ele também teve que ficar uma semana no IML [Instituto Médico Legal] para ser identificado, e, quando fui recolher, ainda tive que passar pela situação de ver ele dentro de uma caixa, tava só o osso e o resto de pele desidratada pelo formol. Parecia um filme de terror, é realmente algo muito chocante, muito terrível”, desabafou a filha, pelo telefone, bastante comovida.

Desde 17 de dezembro, quando o pai foi internado nas Osid, ela só pôde visitá-lo duas vezes. Com a pandemia de covid-19, a circulação do hospital foi reduzida e nem mesmo se despedir dignamente a família teve direito. “Não teve despedida, não tive a chance de olhar pro rostinho dele, de olhar pra ele pela última vez”, lamenta Sônia.

O sentimento que fica, além de muita dor, é também o de revolta. “No primeiro momento, senti revolta, e uma dor muito grande, raiva, indignação, muita coisa ao mesmo tempo. A gente vê esses casos na TV e acha que não vai acontecer com a gente. A revolta é por eu não ter tido a oportunidade de ver meu pai pela última vez, eu estava mais de um mês sem ver ele porque o hospital não permitia e meu pai morreu sozinho, sem ninguém”, queixa-se Sônia.

Leia aqui a matéria completa do Correio

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